segunda-feira, 20 de agosto de 2007

MUDANÇA DA CPMF

Na quarta-feira, 15 de agosto, os brasileiros, precisamente a classe média, acompanharam atentamente a votação pela câmara da Contribuição Provisória sobre Movimentação financeira (CPFM), que estenderia sua aplicação até 2001.

O ex-ministro, José Serra, do Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB), criou a CPMF com o objetivo de arrecadar verbas para a saúde. E como não poderia ser diferente O PSDB votou com o governo petista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a prorrogação do Imposto sobre operação bancária.

O que surpreende a população, é que justamente o Partido dos Trabalhadores (PT), que fez oposição contra a CPFM na época do governo Fernando Henrique Cardoso, agora defende a unhas e dentes o adiamento da CPMF até 2011. Ou seja, O governo federal, formado por pessoas que antes eram contrárias a este imposto, agora luta com todas as armas para mantê-lo.

Enquanto a população se mobilizou, tentando gerar um plebiscito, e fazendo campanhas para que os deputados e senadores recebam e-mails de protesto, os nobres legisladores não dão a mínima para o anseio da população. E negociaram para que uma fatia do imposto seja repassada aos municípios e estados.

O que contraria a lógica da Democracia é que quando um partido assume o poder, o outro deve manter-se na oposição. Portanto, quando o PT assumiu o poder, teoricamente os outros partidos deveriam fazer papel de oposição. Mas, isso não ocorreu, porque os membros do PSDB aliaram-se àqueles que um dia foram seus “inimigos”. E foram 44 votos favoráveis e 15 contrários, pela manutenção da CPMF.

Nesse jogo, chamado por muitos de “trem da alegria”, o governo já liberou verba para muitos deputados, aprovando suas emendas e pacotes regionais. Tudo em troca do voto a favor da manutenção do imposto. Enquanto isso, o povo assiste passivo e abobalhado, a falta de vergonha que parece não ter limite.

Num país onde a oposição vota a favor, nada mais pode se esperar. Enquanto isso, a população sofre na fila dos hospitais públicos pelo péssimo serviço prestado pelo governo. E o que pode se constatar sem muito esforço, é que o dinheiro da CPMF não está indo para seu destino como prever o projeto original.