quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

BOVESPA TEM A PIOR QUEDA EM UM ANO

Índice caiu 6,6%; Lula diz que governo está tranqüilo

O medo dos efeitos de uma recessão nos Estados Unidos causou pânico nos mercados financeiros de todo o mundo, ontem, atingindo fortemente a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que despencou 6,6%, aos 53.709 pontos. Foi a maior queda desde 27 de fevereiro de 2007, dia em que a perda de 6,63% refletiu a reação dos mercados mundiais frente às perdas na Bolsa chinesa.

Neste ano, as perdas no Brasil chegam a 15,93%. Nas contas da empresa de informações financeiras Economática, o valor somado das companhias com ações na Bovespa caiu R$ 344,9 bilhões.

E, a maioria das bolsas, principalmente da Europa, atingiram perdas semelhantes às verificadas no 11 de setembro de 2001, quando houve o ataque terrorista contra os EUA. A perda das ações européias chegou a US$ 300 bilhões.

Nos EUA, os mercados de ações não operam, devido ao feriado de Martin Luther King. Quando as Bolsas dos EUA não abrem, a tendência é de que as de outros países tenham pouco movimento. Ontem, excepcionalmente, a quantia das transações foi muito elevada, refletindo o sinal de grande nervosismo.

O dólar também repercutiu a turbulência nos mercados internacionais diante do real e fechou em alta de 2,46%, a maior valorização diária desde 28 de agosto do ano passado. A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 1,8300 para a venda. É o maior nível de fechamento desde 27 de novembro. Em janeiro, o dólar acumula alta de 2,98%. O pessimismo ontem começou com as Bolsas asiáticas, que contaminaram as européias e os (índices) futuros dos Estados Unidos.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o governo está tranqüilo diante do temor de uma recessão nos EUA, mas informou que acompanha atentamente a situação no mercado internacional. "Estou tranqüilo. Obviamente temos de estar com os dois olhos muito abertos para saber o que vai acontecer com a economia americana e, conseqüentemente, na economia mundial."

Acompanhado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, Lula disse ainda que já discutiu a questão e faria uma nova avaliação. "Não acredito em conseqüências graves porque, primeiro, os investimentos já foram definidos em 2007, segundo, o dinheiro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) já foi empenhado, as grandes obras já foram contratadas, estou convencido de que vamos continuar no caminho certo (do crescimento)", acrescentou.

CRESCE NÚMERO DE ENDIVIDADOS

Descontrole financeiro tem maior peso

O paulistano iniciou 2008 com mais dívidas. É o que apurou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Federação do Comércio do Estado (Fecomercio). O índice de endividamento subiu para 53%, representando um aumento de cinco pontos percentuais na comparação com dezembro do ano passado. Já em relação ao registrado em janeiro de 2007 (58%), houve queda de cinco pontos.

Quanto ao nível de inadimplência (consumidores com contas em atraso), foi apurada baixa de cinco pontos em janeiro na comparação com o mês anterior, para 33%. A Peic é apurada mensalmente pela Fecomercio junto a cerca de 1.360 consumidores no município.

Para a instituição, a elevação no nível de endividamento em janeiro é reflexo das compras de dezembro, da facilidade de crédito e dos pagamentos de começo de ano, como Imposto sobre a Propriedade de Veículos (IPVA), material escolar e matrículas.

De acordo com a pesquisa, há mais paulistanos (57%) com dívidas na faixa de rendimentos até três salários mínimos (ou R$ 1.140,00). Entre os consumidores que ganham de três a dez salários (até R$ 3,8 mil), a percentagem de endividados é de 56%, enquanto que para os que ganham acima de dez salários mínimos, o índice é de 48%. Quanto aos motivos para a inadimplência, a falta de controle financeiro foi apontado por 33% dos consumidores, seguido pelo desemprego (22%).

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BOVESPA DESPENCA MAIS 3,32%

Ontem, corte de juros nos EUA foi visto como um sinal de economia americana está frágil

A tensão voltou ontem a dominar os investidores no mundo, e os mercados registraram grande volatilidade. Com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não foi diferente. O índice Ibovespa despencou 3,32% no fim do pregão, mas chegou a atingir perdas de 5%. Os títulos da Vale caíram 6,10%. Os da Petrobras, 1,71%. No ano, o Ibovespa acumula desvalorização de 15,11%. Na terça-feira, havia subido 4,45%. A explicação?


Uma releitura dos acontecimentos do dia anterior. O corte de juros americanos, o maior dos últimos 20 anos, foi interpretado como um sinal de que a economia americana está fragilizada e que isso requereria uma ação mais forte.

Virada em NY
As Bolsas americanas viraram no final da tarde. O Dow Jones subiu 1,50%; o Nasdaq, 2,50%. Especulação sobre um novo corte de juros, além do relatório que reforça a recomendação de compra para os títulos dos bancos, os mais penalizados pela crise, justificam a recuperação.

Sem surpresa, BC mantém juros em 11,25%
Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve ontem a Selic em 11,25% ao ano, tal como era esperado pelos analistas.

Alguns observadores, porém, não descartavam a possibilidade do BC elevar os juros para impedir que uma valorização no dólar – com temor de uma crise nos EUA– leve a uma alta da inflação.

Na nota da reunião, o Copom afirma que estará atenta ao comportamento dos preços do país até a próxima reunião. O custo da alimentação subiu dois dígitos em 2007, quase comprometendo as metas de inflação do BC.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

ESTADO SERÁ AVALISTA DE IMÓVEL PARA BAIXA RENDA

O governo do Estado atuará como avalista de famílias que tenham renda salarial entre cinco e dez salários mínimos, junto aos agentes do sistema financeiro, para a compra da casa própria. A medida integra a lei de incentivo ao acesso da população de baixo poder aquisitivo a imóveis, sancionada ontem pelo governador José Serra (PSDB). Essa lei, aprovada em dezembro do ano passado pela Assembléia Legislativa, também é uma adequação à Lei Federal no 11.124, de junho de 2005, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social.

Um dos principais pontos da lei paulista é a criação do Fundo Garantidor Habitacional (FGH), por meio do qual o governo agirá como avalista junto aos agentes financeiros na compra de imóveis da população com renda inferior a dez salários mínimos (R$ 3,8 mil). De acordo com o governo do Estado, a constituição do fundo busca estimular a participação dos empreendedores nos investimentos habitacionais de interesse social e reduzir os riscos de inadimplência.

CLIENTES RECLAMAM DE MAU ATENDIMENTO NOS BANCOS

O mau atendimento continua sendo a principal reclamação dos clientes dos bancos. Conforme levantamento divulgado ontem pelo Banco Central (BC), 818 clientes registraram queixas sobre o atendimento em dezembro. O número do mês passado, entretanto, foi menor que as 1.411 reclamações sobre o assunto registradas em novembro. O volume também é menor que as 837 queixas contra o mau atendimento observadas em dezembro de 2006.

O segundo serviço mais citado no ranking "negativo" do BC é o fornecimento de documentos, com 736 aparições. Em seguida, dois problemas semelhantes: liquidação antecipada de operações, com 592 registros, e prazos não estabelecidos ou cumpridos, com 581.

Um dos principais temas da discussão sobre o serviço bancário no ano passado, as tarifas, não têm reclamações tão freqüentes. Em dezembro, o tema foi o oitavo mais citado, com 140 registros. Em novembro, estava em sétimo lugar.

O ABN Amro Real liderou pelo terceiro mês consecutivo o ranking de reclamações divulgado pelo BC. Conforme o levantamento, a instituição teve índice de reclamação de 3,60. O segundo lugar é da Caixa Econômica Federal, com 2,34. Em seguida, aparecem Unibanco (2,30), Nossa Caixa (2,27) e Santander (1,75). O índice relaciona o número de reclamações com a base de clientes de cada banco

sábado, 19 de janeiro de 2008

PF QUEBRA SIGILOS DE FILHO DO SENADOR JOSÉ SARNEY

O empresário Fernando Sarney, filho do senador e ex-presidente da República, José Sarney, vai ser intimado pela Polícia Federal para explicar "movimentações financeiras atípicas" apontadas pelo Conselho de Acompanhamento de Atividades Financeiras (COAF) em outubro de 2006, às vésperas do segundo turno das eleições no Maranhão. Fernando Sarney teve os sigilos fiscal, telefônico e bancários quebrados pela 1ª Vara Criminal Justiça Federal de São Luiz e é o principal alvo de um inquérito centralizado em Brasília, na Divisão de Repressão a Crimes Financeiros (DFIN) para apurar movimentações financeiras suspeitas e suposto abuso de poder econômica em campanha eleitoral. Além de seu pai, também concorreram sua irmã, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) e o irmão, Zequinha Sarney (PV-MA).

As investigações foram abertas depois que o COAF detectou, no dia 24 de outubro de 2006, saques e depósitos equivalentes a R$ 3,5 milhões, envolvendo pessoas e empresas ligadas aos negócios do empresário, entre elas a Gráfica Escolar e TV Mirante. Os alertas à polícia e à Receita Federal foram dados em função dos valores movimentados. A Receita chegou a pedir, sem sucesso, todos os documentos contábeis da empresa de comunicação. Acabou alertando os advogados da família que, temendo que o empresário pudesse estar sendo monitorado por grampo telefônico da PF, conseguiram acesso a todas as peças do inquérito. A permissão foi dada no final do ano passado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

"Não há grampo telefônico", disse ontem o advogado Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que, a pedido de colegas que trabalham para a família Sarney, teve acesso aos autos, no final do ano passado. Neles só há extratos de contas telefônicas apontando os números para os quais Fernando telefonou ou quem ligou para seus aparelhos; os extratos bancários; e, os dados fiscais referentes ao exercício 2006/2007 das empresas que teriam sacado ou recebido depósitos, entre elas, a TV Mirante, retransmissora da Rede Globo no Maranhão.

Antes que o ministro do STJ, Napoleão Nunes Maia Filho concedesse a liminar permitindo acesso aos autos, em 19 de dezembro do ano passado, os advogados de Fernando Sarney já haviam ingressado com o mesmo recurso na Justiça Federal de São Luiz do Maranhão e no Tribunal Federal da 1ª Região, que negaram os pedidos. A Polícia Federal acha que a tática dos advogados atrapalhou as investigações e acabou com o segredo. Fernando Sarney conseguiu afastar pelo menos duas ameaças que pairavam sobre sua cabeça: um eventual pedido de grampo telefônico que devassasse suas atividades e a probabilidade de ele se transformar em alvo número um de uma provável operação de impacto que a polícia viesse a organizar caso confirmasse as suspeitas.

Oficialmente a Polícia Federal não fala sobre o assunto, mas, nos bastidores, fontes do órgão dizem que abriu-se um precedente que conspira contra a política do órgão de repressão cerrada à corrupção: o fim do sigilo nas grandes operações. A partir de agora o inquérito prossegue, Fernando Sarney continuará sendo o alvo principal e terá de se explicar. Mas está livre das surpresas e pode ingressar com outros recursos preventivos. O Ministério Público Federal, que acompanha as investigações, tentou impedir a quebra do segredo e o vazamento de informações, mas não conseguiu evitar a liminar. O mérito só será julgado no retorno das férias forenses, no início de fevereiro, pelo relator do caso, o ministro Paulo Galotti.

MÚSCULOS DE RAPPERS CRIAM POLÊMICA NOS EUA

Quando surgiu a notícia que 50 Cent, Wyclef Jean, Timbaland e outros astros do rap haviam sido implicados em uma investigação sobre o uso de esteróides, alguns fãs de hip-hop ficaram chocados, mas para muita gente no ramo as acusações pareciam inevitáveis.

Ainda que acusações públicas sobre o uso de esteróides por astros do rap e do R&B - como Mary J. Blige, que também foi citada na investigação, de acordo com reportagem do Times Union, um jornal de Albany, Nova York - não tenham sido apresentadas até agora, a notícia parecia confirmar a pressão crescente que esses artistas sofrem para manter físicos perfeitos, quase sobre-humanos, como parte de sua imagem e de sua marca.

"O espetáculo se tornou parte muito maior do hip-hop, hoje em dia¿, disse Jeff Chang, autor de Can't Stop Won't Stop, uma história do hip-hop. "Sempre houve uma batalha estética em curso, a idéia de que o cara precisa subir ao palco e mostrar a todos que ele é mais forte que a concorrência. Isso foi sempre parte da pose do hip-hop."

A investigação, pela promotoria do condado de Albany, tem por alvo médicos que prescrevem remédios ilegalmente para fins não médicos. Nenhuma das celebridades foi acusada de violar qualquer lei, ainda que o Times Union, citando fontes não identificadas, tenha reportado que aos astros recebem pacotes de esteróides vendidos sob receita e de hormônio de crescimento humano em suas casas, em hotéis de todo o país e no consultório de um massagista em Long Island.

Mas as notícias recentes destacam uma questão que sempre foi alvo de cochichos no hip-hop, já que cada vez mais músicos adotaram uma imagem à maneira de Arnold Schwarzenegger para definir sua presença junto ao público.

O rapper e produtor Timbaland, cujo nome real é Tim Mosley, pesava mais de 130kg antes de uma virada dramática alguns anos atrás, quando ele começou um regime rigoroso de exercícios e se transformou em fisicultor, perdendo 50kg de peso no processo. Representantes de Timbaland e 50 Cent não responderam a pedidos de comentários na segunda-feira. Uma porta-voz de Blige disse que a cantora jamais usou esteróides, e uma porta-voz da gravadora Columbia não tinha comentários sobre Wyclef Jean.

Os esteróides anabolizantes e o hormônio de crescimento humano podem ter resultados imediatos e visíveis em rappers, como em atletas, reduzindo o teor de gordura e reforçando os músculos. Mas as conseqüências do uso de hormônio de crescimento humano podem ser severas, em longo prazo, disse o Dr. Alvin Matsumoto, da Universidade de Washington.

"O uso excessivo pode estimular o crescimento dos tecidos suaves, e promover o crescimento das maxilas", disse Matsumoto. "Pode haver muitas manifestações em forma de crescimento de órgãos. Todos os tecidos crescem, basicamente, devido ao estímulo por hormônio de crescimento. E isso não é bom."

No caso de 50 Cent, as alegações podem ser prejudiciais aos negócios. Ex-boxeador, ele sempre se promoveu como abstêmio e malhado. Também tem uma linha de águas vitaminadas vendida pela Glaceau, adquirida pela Coca-Cola no ano passado por US$ 4,1 bilhões.

Determinar como os fãs receberão as alegações parece mais difícil. Comportamento ilegal ou pouco saudável importa pouco, em certos segmentos do mundo do hip-hop. E problemas com a lei podem ajudar a construir uma reputação de bad boy.

"Os fãs observam essas pessoas como se fossem filmes", diz Danyel Smith, editora da revista Vibe. Essas controvérsias "são vistas como parte da narrativa. As pessoas vão esperar para ver o que sai de bom, ou trágico, disso tudo."

sábado, 12 de janeiro de 2008

LULA DIZ QUE CORTARÁ GASTOS, MAS MANTERÁ PROGRAMAS SOCIAIS

Em meio às queixas de parlamentares e juízes dos tribunais com os cortes de despesas anunciados pelo governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que só conseguirá compensar a perda da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) com a redução de R$ 20 bilhões nos gastos dos três poderes. "Resolvemos com muita seriedade e tranqüilidade anunciar ao Brasil que temos de cortar na veia outra vez", afirmou. "Temos de cortar os gastos", completou. "Isso vale para o Poder Executivo, o Judiciário e o Legislativo."

Numa entrevista divulgada ontem pelo programa de rádio "Café com o Presidente", Lula observou que os banqueiros, por exemplo, não reclamaram do aumento da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, de 9% para 15%, uma das medidas anunciadas pelo governo. "Não reclamaram porque os bancos tiveram muito lucro nesses últimos anos", avaliou. "Agora, os bancos estão ganhando, eles vão poder pagar um pouco mais."

Lula ressaltou, porém, que o governo pretende manter os programas sociais, mesmo com o suposto rombo no orçamento. Ele ainda destacou as ações na área do ensino, com a ampliação da rede universitária e de escolas técnicas. O governo está investindo na construção de dez novas universidades e 214 escolas de ensino profissionalizante.

INFLAÇÃO PARA IDOSO FOI A MAIOR EM DOIS ANOS

A inflação entre a população idosa (acima de 60 anos) registrou, em 2007, o mais elevado patamar em dois anos. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. Ontem, a fundação anunciou o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que subiu 5,04% no ano passado - a mais forte alta desde 2004, quando o indicador subiu 6,58%.

O economista lembrou que os preços dos alimentos "dispararam" no ano passado, principalmente no segundo semestre de 2007. Safras ruins, problemas climáticos prejudicando a oferta de itens agrícolas e forte demanda por alimentos - tanto no mercado interno quanto externo - foram os fatores que fizeram com que os preços dos alimentos ficassem mais caros no ano passado.

Esse cenário, sentido por todos os consumidores brasileiros, de uma maneira geral, teve um impacto profundo no orçamento familiar do idoso. "O grupo alimentação é o que mais pesa no cálculo do IPC-3i", disse, explicando que os idosos gastam mais com alimentos do que a média da população, em todas as faixas etárias. Entre os alimentos, o destaque de elevação de preços ficou por conta do feijão carioquinha, que subiu 128,48% no ano passado, no âmbito do IPC-3i.

KAKÁ É CONVOCADO PELA JUSTIÇA

Justiça quer respostas de Kaká por relação com Igreja Renascer

Eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa na temporada de 2007, o apoiador Kaká, do Milan e da Seleção, foi intimado, há quatro meses, pelo juiz da 1ª Vara Criminal de São Paulo, Marcelo Batlouni Mendroni, a prestar esclarecimentos sobre a sua relação com a Igreja Renascer em Cristo e seus fundadores, Estevam e Sônia Hernandes. Mas até agora ele não deu resposta à Justiça.

A informação foi publicada na edição desta semana da revista Carta Capital, que também revelou que o dízimo anual pago pelo jogador à Renascer passa de R$ 2 milhões.

O casal de bispos Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes, 'donos' da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, que possui residência em Miami e outros bens nos EUA, responde a processos por evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

A prisão e condenação de ambos ocorreu porque eles desembarcaram na Flórida com US$ 56 mil, em dinheiro vivo, mas somente declararam US$ 10 mil (quantia máxima permitida) às autoridades alfandegárias dos Estados Unidos.

O craque brasileiro demonstra publicamente a sua devoção pela igreja evangélica. Kaká usa uma pulseira grafada com a palavra Jesus. Na ¿língua¿ de sua chuteira, pediu que gravassem 'Deus é Fiel'. A cada gol marcado, o ex-jogador do São Paulo levanta as mãos em direção ao Céu. Kaká é uma das figuras de grande destaque da Renascer, na qual se casou e para a qual cedeu o troféu ganho da Fifa. E já declarou que, ao encerrar a carreira, pretende se tornar pastor.

O objetivo da Justiça brasileira é esclarecer a relação entre o jogador e o casal Hernandes, envolvidos em operações financeiras que não teriam sido declaradas às autoridades brasileiras. Respodem a vários processos no País. Possíveis crimes - como lavagem de dinheiro e outras atividades ilegais - são investigados pelo juiz Marcelo Mendroni, informa a revista Carta Capital.

Com base no interrogatório enviado a Milão, segundo a reportagem, Kaká pode ser considerado mais uma vítima-testemunha. De acordo com o jornal italiano La Gazetta dello Sport, Kaká ganha 17 mil euros (cerca de 45 mil reais) por dia, o que anualmente chegaria a R$ 16 milhões por ano, sem levar em conta as premiações e cotas de patrocínio recebida pelo craque da Seleção.

É com base nessas contas que Kaká repassaria à Renascer mais de R$ 2 milhões por ano. E, segundo Mendroni, durante anos os dízimos da igreja foram desviados pelo casal Hernandes, que possui um patrimônio estimado em cerca de R$ 130 milhões.

"Qual é seu grau de amizade e que relação tem com as pessoas acusadas? Os acusados costumam freqüentar a sua casa na Itália ou no Brasil? O senhor freqüenta a casa deles no Brasil ou nos Estados Unidos? Você sabe o destino que foi e que é dado ao dinheiro das suas colaborações?". Essas são algumas das perguntas que Kaká - que em entrevista ao Ataque disse que continuará fiel à Renascer - terá que responder à Justiça, segundo a Carta Capital.

Crise religiosa
Além das perguntas encaminhadas pela Justiça brasileira, outro fato vem incomodando o jogador, ainda de acordo com a revista. A opção religiosa do genro sempre foi mal vista pela mãe de Caroline (mulher de Kaká), Rosangela Lyra, uma católica fervorosa e integrante da Renovação Carismática.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

BRASIL RETOMOU OS INVESTIMENTOS NA BOLÍVIA

"É sandice achar que o Brasil tem de brigar com a Bolívia"

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que o Brasil retomou os investimentos no gás da Bolívia porque lá está uma das maiores reservas da América Latina. "A troco de quê o Brasil não vai investir e ajudar a explorar esse gás? "É sandice achar que o Brasil tem de brigar com a Bolívia."

Dilma considerou superado o episódio da desapropriação das refinarias da Petrobrás pelo governo boliviano. "Acho que a questão relativa ao período de desapropriação foi encerrada, eles pagaram", comentou. "Não temos do que nos queixar." Para Dilma, uma relação estável com o país vizinho é de "alto interesse" do País.

O Brasil conta com 30 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia para garantir o abastecimento do Brasil em 2012, informou a ministra. Até lá, a produção nacional estará na casa dos 73 milhões de metros cúbicos. O País também estará importando perto de 30 milhões de metros cúbicos de outros países, na forma líquida (gás natural liquefeito ou GNL).

Atualmente, está em andamento a construção de duas unidades que injetarão o GNL nos dutos do País: um no Ceará e outro no Rio de Janeiro. Dilma anunciou aos deputados que a Petrobrás vai construir uma terceira planta de GNL, mas não disse onde.

METRÔ TERÁ 2,2 BILHÕES PARA EXPANSÃO ESTE ANO

Plano prevê novas linhas e mais trens

O Metrô deve receber, em 2008, R$ 2,2 bilhões em investimentos do governo estadual para a ampliação da malha e a aquisição de novos trens. Os investimentos fazem parte do Plano de Expansão do Transporte Metropolitano, que envolve Metrô, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e Empresa Municipal de Transporte Urbano (EMTU) e está orçado em R$ 16,3 bilhões. Um acordo extra, firmado com a Prefeitura, em dezembro, garantiu mais R$ 1 bilhão para o Metrô, elevando o valor investido para R$ 17,3 bilhões.

Investimentos por parte da Prefeitura no Metrô não ocorriam há mais de 20 anos. Os recursos serão repassados com base numa lei aprovada no início de outubro do ano passado pela Câmara Municipal. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) vai administrar um fundo que receberá recursos provenientes do adiantamento de recebíveis. Esses valores já estão sendo angariados por meio da lei do Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), que permitiu a renegociação de dívidas com a Prefeitura.


Investimentos - O plano prevê a compra de novos trens e a recuperação e modernização de todas as linhas, além da ampliação e construção de outras. Com a aquisição de novas composições, a Linha 1 - Azul (Tucuruvi - Jabaquara) e a Linha 3 - Vermelha (Corinthians/Itaquera - Palmeiras Barra Funda) devem reduzir o intervalo entre os trens. Na Linha 2 - Verde (Vila Madalena - Alto do Ipiranga), a extensão da Alto do Ipiranga até a Vila Prudente atenderá a novos conglomerados metropolitanos e reduzirá a emissão de poluentes em 42 mil toneladas por ano. O plano prevê também o início da segunda etapa de expansão da Linha 5 - Lilás (Largo 13 - Capão Redondo) entre o Largo 13 e a Chácara Klabin.

A Linha 4 Amarela (Luz - Vila Sônia), a ser operada pela iniciativa privada através de Parceria Público Privada (PPP), promoverá a integração de todo o sistema metro ferroviário da Grande São Paulo, além de reduzir o volume de veículos no corredor Consolação/Rebouças e facilitar o acesso a importantes pontos da Capital, como Luz, Hospital das Clínicas, avenida Paulista, entre outros.

METADE DO PIB ESTÁ CONCENTRADO EM 10% DOS MUNICÍPIOS

Apenas cinco capitais respondem por um quarto do PIB nacional

A quarta divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios (soma de todas as riquezas produzidas em cada cidade), confirmou a concentração regional da renda do País. Apenas cinco capitais - pela ordem, São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG) - responderam por um quarto do PIB nacional em 2005. No outro extremo, os cinco municípios com os menores resultados, quatro deles no Piauí, representavam 0,001% de toda a renda gerada no País.

O leque apenas dilata a desigualdade: metade do PIB brasileiro está concentrada em 51 municípios, ou seja, em menos de 10% do total de 5.564 cidades. Enquanto na ponta mais empobrecida, é necessário juntar 1.338 municípios para chegar a 1% do PIB nacional. Na divulgação, feita ontem, o IBGE estreou uma nova metodologia que leva em conta mudanças na atividade de serviços, provocadas sobretudo por avanços tecnológicos.

O resultado foi um retrato mais preciso do peso das cidades, traduzido pelo ganho de 3,2 pontos percentuais do PIB da cidade de São Paulo, de 2004 (9,09%) para 2005 (12,2%). O Rio de Janeiro também ganhou 1,1 ponto percentual na mesma comparação, passando de 4,7% para 5,8%. O cálculo, sobre os dados divulgados ontem, é do economista Sérgio Besserman, presidente do Instituto Pereira Passos, da Prefeitura do Rio. "É como se São Paulo tivesse incorporado uma Curitiba e o Rio, uma Porto Alegre", comentou.

A técnica Sheila Cristina Zani, do IBGE, coordenadora da pesquisa, destacou que, com a nova metodologia, "a estrutura produtiva está melhor medida". Ela destacou que, o método de cálculo de 1998, que servia de base da pesquisa até 2004, levava a uma subestimação de serviços como informática, telefonia, incorporações. Também foi modificado o procedimento em relação à extrativa mineral que, no caso do petróleo, passou a dar mais peso à produção efetiva e menos à renda dos royalties.

Pelos números apresentados pelo IBGE, entre os municípios com participação mínima de 0,5% do PIB nacional, 13 tiveram ganhos na participação relativa, de 2004 para 2005. Os maiores saldos ficaram com São Paulo, com 0,6%, Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, com 0,2% e Barueri, na região metropolitana de São Paulo, também com 0,2%.

O ranking dos cinco maiores PIBs municipais mantém-se inalterado desde 2003 e revela que Curitiba, que em 2002 ocupava a sexta posição, consolidou-se em quarto lugar, desbancando Belo Horizonte. A concentração de riqueza no Sudeste e no Sul é tão patente quanto a fraca participação dos municípios do Norte e Nordeste no bolo.