terça-feira, 4 de agosto de 2009

SAIBA MAIS SOBRE A LER

Com o advento da tecnologia, tornou-se mais frequente o atendimento de pessoas com Lesão por Esforço Repetitivo

Conhecida popularmente por LER, a Lesão por Esforço Repetitivo atinge a muitos brasileiros que exercem funções repetitivas em seus trabalhos. Como os digitadores, pessoas que trabalham em linha de produção e até mesmo os atletas são alvos da tendinite, bursite entre outras doenças. Elas podem deixar a pessoa impossibilitada para o trabalho, e por isso é importante precaver-se para não sofrer nenhuma lesão.

O maestro e pianista, João Carlos Martins, 68, um dos maiores pianistas brasileiros de todos os tempos, luta desde a juventude para superar problemas que foram se acumulando em suas mãos. Além, de levar um tombo em Nova York, e ter o braço direito perfurado. Sofre com a Lesão por Esforço Repetitivo (LER). Ao todo, passou por nove cirurgias nas duas mãos. Desde janeiro, toca piano com todos os dedos da mão esquerda e um dedo da direita.

Engana-se quem pensa que a LER é uma doença da modernidade. Ela existe há mais de 100anos e era considerada a doença dos escribas, ou seja, pessoas que escreviam a mão. Mas foi na década de 90 que a sigla ficou mais popular – devido ao contínuo desenvolvimento tecnológico, como por exemplo, o uso constante dos computadores.

Atualmente as Lesões por Esforço Repetitivo são chamadas de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DOTR). São termos usados para distúrbios ou doenças desenvolvidos no ambiente de trabalho que comprometem o sistema muscular e esquelético .

"A LER, ou DOTR, evoluíram em nível mundial, pois as doenças estão relacionadas com atividades repetitivas feitas com as mãos,e o uso dos computadores vem contribuindo para o desenvolvimento dessa síndrome." Explica o fisioterapeuta Francisco Sales.

Dennet e Fry, em 1988, classificaram a doença, de acordo com a localização e fatores agravantes:

Grau 1 - Dor localizada em uma região, durante a realização da atividade causadora da síndrome. Sensação de peso e desconforto no membro afetado.
Grau 2 - Dor em vários locais durante a realização da atividade causadora da síndrome. A dor é mais persistente e intensa e aparece durante a jornada de trabalho de modo intermitente.
Grau 3 - Dor desencadeada em outras atividades da mão e sensibilidade das estruturas; pode aparecer dor em repouso ou perda de função muscular; a dor torna-se mais persistente.
Grau 4 - Dor presente em qualquer movimento da mão, dor após atividade com um mínimo de movimento, dor em repouso e à noite, aumento da sensibilidade, perda de função motora. Dor intensa, contínua, por vezes insuportável, levando o paciente a intenso sofrimento.

Algumas das medidas de prevenção é Sentar-se corretamente na forma anatômica, com as plantas dos pés totalmente sobre o chão, os braços apoiados no apoiador da cadeira e exercícios de alongamento de mãos e braços; adequar-se aos postos de trabalho com uma postura correta, realizando pausas programadas, ginástica laboral, revezamento de atividades entre outras. Lembra a fisioterapeuta Sorhai Nakamura.

Os esportistas, jogadores e funcionários que trabalham em indústrias ou em uma esteira são vulneráveis às lesões. E, o grande culpado pode ser a exigência pela alta produtividade, que costuma exigir um ritmo acima do normal dessas pessoas. Por isso, é importante ter postura, porque no final da atividade é possível adquirir lesões que poderão agravar com o tempo.

Assim que é percebido esses distúrbios O funcionário deverá procurar o coordenador ou o técnico de segurança do trabalho de sua empresa, a fim de comunicar- lhe a situação e solicitar mudanças no seu posto de trabalho. Também deve fazer pausas, alongamentos e revezamento de suas atividades, para diminuir o desconforto existente em sua coluna e musculatura", orienta Nakamura.

Quando a pessoa desenvolve a doença, se seguir os procedimentos médicos, dependendo do estado da lesão existe a probabilidade de cura. "Caso contrário o melhor tratamento é o afastamento das atividades quando possível. Já que, a automação do trabalho humano exige rapidez nas funções que agrava a lesão, podendo deixar o trabalhador incapacitado", afirma Francisco Sales.